"A economia das paixões visa abordar a relação entre literatura e desencadeamento das paixões, recompondo a crítica empreendida por Georges Bataille contra o Aproveitada utilmente. Se precisamos mudar o mundo, se temos alguma razão para agir, é preciso que a comuniquemos o menos literariamente possível. A aposta batailliana é diferente do engajamento existencialista francês, encabeçado por Jean-Paul Sartre. A literatura é o espaço vazio (abertura total) no qual se prolonga o silêncio (ausência de significação) das palavras; é espaço de transgressão da linguagem enquanto significação, enquanto linguagem discursiva. Se a linguagem surge para fundar a civilização e os interditos, quer dizer, surge como veículo pelo qual os homens comunicam-se em prol de assegurar a vida e manter o bem comum, a atividade literária vem para usar perversamente a linguagem. [...]