'Trotski - O profeta banido' (1929 - 1940) encerra a trilogia de Isaac Deutscher, o mais importante biógrafo dos líderes revolucionários russos, sobre a história da vida e da obra de Trotski a partir de 1921. Neste volume, Deutscher descreve o catastrófico 'dénoúment' do drama de Trotski. No 'dénoúment', o protagonista da tragédia normalmente sofre a ação em vez de exercê-la. Entretanto, até o final, Trotski permaneceu o ativo e lutador antípoda de Stalín, seu único antagonista verbal. Durante estes últimos onze anos, de 1929 a 1940, na URSS, nenhuma voz podia se erguer contra Stalin; e nem mesmo ouviam-se os ecos das lutas primitivas e intensas, a não ser as servis confissões de culpa a que foram reduzidos muitos dos adversários de Stalin. Conseqüentemente, Trotski permaneceu sozinho contra a autocracia stalinista. Era como se um imenso conflito histórico tivesse se transformado numa controvérsia e num feudo entre dois homens. O profeta banido' examina as grandes controvérsias da época, pois na vida de Trotski o debate ideológico é tão importante quanto a cena da batalha na tragédia de Shakespeare - através dela o protagonista revela seu caráter enquanto caminha para a catástrofe. Mais do que nunca, Deutscher detém-se neste volume na vida privada de seu personagem, especialmente no destino de sua família. Vezes e vezes os leitores terão de transferir sua atenção da narrativa política ao que a linguagem popular insiste em chamar de 'história humana'. Neste período, a vida de Trotski é inseparável de seu destino político - dá uma nova dimensão a sua luta e adiciona sombria profundidade a seu drama. O acesso a fontes até então inexploradas permitiu versões total ou parcialmente novas de muitos acontecimentos e episódios cruciais. Pela primeira vez, é narrada a estranha e tocante história baseada na correspondência íntima entre Trotski e sua esposa e filhos, correspondência que o biógrafo teve o privilégio de obter e que faz da obra referência no estudo das transformações políticas na Rússia