Lançado originalmente em 1969, e agora revisto e ampliado, O samba agora vai... aborda uma das questões mais polêmicas da nossa música popular: por que ela não consegue uma real inserção nos mercados internacionais, apesar de sua inegável qualidade? Lançando mão de seu talento como pesquisador, José Ramos Tinhorão historia uma a uma as seguidas tentativas de músicos, intérpretes e compositores brasileiros, desde o século XVIII até a atualidade, de "vencer no exterior". Na contramão dos registros oficiais e de uma imprensa muitas vezes ingênua e ufanista, o autor demonstra neste livro - escrito em um tom vibrante e provocador, característico dos anos 1960 - como a indústria cultural nos países mais desenvolvidos impede sistematicamente a entrada em seus mercados da produção de países como o Brasil. Mesmo nos raros períodos em que a nossa música popular teve destaque no estrangeiro - como os emblemáticos casos de Carmen Miranda, nos anos 1940, e da bossa nova, na década de 1960 -, Tinhorão analisa como, no fim das contas, suas características especificamente brasileiras acabaram se diluindo para agradar aos consumidores norte-americanos e europeus - chegando ao cúmulo, em algumas situações, de esta produção ser depois revendida ao Brasil como se fosse criação daqueles países.O titulo deste livro foi inspirado em um samba de 1946, cuja letra, carregada de ironia, diz: O samba agora vai/ Ja tem passagem de aviao/ O samba agora vai/ Se despedir do barracao/ Ja nao fala mais de pao com banana/ So se passa pra Miami de Copacabana . Em O samba agora vai..., o livro - lancado em 1969 e agora revisto e atualizado -, Tinhorao redigiu uma verdadeira historia da musica brasileira no exterior , do seculo XVIII ao XXI, mostrando a crescente descaracterizacao da nossa musica popular no afa de ser aceita no estrangeiro, e contrapondo a ilusao dos artistas brasileiros de vencer no exterior as imposicoes da industria cultural dos paises mais desenvolvidos.