Ao mergulhar em meus pensamentos com o objetivo de identificar qual a justificação que poderia ter levado a publicação da terceira edição de Consenso e Conflito, ficou nítido que a razão remete ao fato de o livro ter se tornado uma referência teórica relevante para a área. Mas, radicalizando o mergulho sobre o papel que este livro desempenhou na área, remeti meu pensar para o ano de 1996, quando em encontro acadêmico em Minas Gerais os atores sociais da área foram convidados e provocados para a importância de instituirmos em nosso cotidiano acadêmico a prática de revisitar os chamados textos clássicos da educação física. O discurso provocativo portava em seu silêncio dois princípios intrigantes: o texto clássico parece ser produzido sem os grilhões do tempo e quando revisitado tende a proporcionar a possibilidade de produzir outros olhares, quem sabe diferentes daqueles produzidos quando a realização das visitas/leituras anteriores. Nesse sentido, esta terceira edição é bem-vinda, pois acredito que esta obra tenha se tornado um clássico da área na medida em que, depois de marcar um tempo na educação física, a obra reaparece com uma força diferente da daquela que caracterizou as edições anteriores, com toda a potencialidade que um clássico porta para a produção do conhecimento na educação física. Este livro passou a ser uma obra clássica porque revisitá-la é determinante para aqueles atores que desejam lançar um olhar sobre a educação física e as relações de poder que nela estão estabelecidas.