Em O marechal das trevas, Juan Antonio Cebrián revela a história do homem que teria inspirado Charles Perrault a escrever uma das narrativas que mais têm assustado crianças de todo mundo, a do mítico Barba Azul. Com agilidade narrativa e instinto jornalístico, o autor nos apresenta Gilles de Rais. Sua desolada infância, sua épica luta como herói dos franceses e sua perdição moral no final sangrento de seus dias deram origem a uma série de lendas extraordinárias em torno de sua sombria personalidade. De pouco serviram seus títulos de marechal da França, barão de Laval ou conde de Brienne ao criar em torno de si uma lenda negra que o elevou à ca­tegoria de psicopata sem escrúpulos especializado no assassinato impiedoso de crianças inocentes em uma orgia de sangue e maldade cujos ecos ainda ressoam em nossos dias. Na atualidade, alguns historiadores têm tentado reabilitar a imagem de Gilles de Rais. Recordam que houve um tempo em que ele escoltou Joana d’Arc, donzela de Orléans e protetora da França, por um território arrasado pela Guerra dos Cem Anos. Após sua terrível morte na fogueira o belo jovem Gilles de Rais, que sentia por ela uma intrigante atração nunca confessada, teria se desestabilizado de tal modo que acabou dominado por um ódio implacável da humanidade.