Para escrever “A construção biográfica de Clóvis Beviláqua”, o historiador Wilton C. L. Silva pesquisou quatro biografias de Clovis Beviláqua. O autor nos oferece assim análise da relação entre biografismo, memória social e fazer historiográfico, Wilton elabora seu argumento sobre a escrita biográfica apontando as conjunções e disjunções entre os distintos campos em que essa relação se mostra, por exemplo, na antropologia, na literatura e na história. Evitando argumentos sobre o caráter do biográfico, é sobre o seu efeito na constituição da memória de que trata este trabalho. Se, como diz o autor, analisar biografias de uma mesma pessoa não é algo original, a originalidade de sua pesquisa está na escolha do personagem, Clóvis Beviláqua, e, em particular, no seu contraponto, Ruy Barbosa, no contexto de ambos: o código civil e o campo jurídico. Essa boa escolha já anuncia a sensível relação criada entre biografismo e memória social.A memória de Clóvis Beviláqua oscila entre considerá-lo como ilustre ou desconhecido. Desta forma, é por meio da pesquisa das quatro biografias publicadas depois da morte de Clovis, que Wilton analisa os modos como essa vida póstuma se manifesta na narrativa biográfica.