"Nesta admirável coleção de ensaios, Fabio Akcelrud Durão coloca a questão da diferença entre arte e não arte, insistindo na distinção entre texto e obra. Não muito tempo atrás, essa teria sido quase universalmente considerada uma posição cultural, e, por implicação, socialmente conservadora; não muito antes disso, teria havido alguma verdade em tal acusação. Do texto à obra mostra enfaticamente que esse não é mais o caso. Em uma época caracterizada pela superprodução semiótica de uma indústria cultural diversificada e ubíqua, a reivindicação de uma arte da vida comum, outrora radical, muda de valência, transformando-se em uma afirmação complacente de que toda cultura é comercial. Do texto à obra insiste na urgência de um engajamento com a especificidade como um contrapeso à mercadorização da vida social. A arte em um sentido muito antigo, a noção de uma forma orgânica autárquica como teorizada entre Schiller e Hegel no rastro pós-kantiano [...]