Escrever, diz Rosa Montero , é como dançar uma valsa muito complicada com alguém e dançá-la perfeitamente. Você gira e gira nos braços do acompanhante, trançando passos intrincados e belíssimos com os pés alados; (...) mas consegue dar mais um passo, e outro, e talvez outro, voando nos braços de sua própria escrita. Walter Galvani é o exímio condutor da dança das palavras que essas páginas encerram. Palavras aladas que, nos giros do autor, se transformam em crônicas e poesias para que, por si próprias, possam falar ao leitor sobre o ofício de cronista, de escritor... Sem perder a leveza da dança ou o rigor necessário ao ofício, Galvani brinda o leitor com sua experiência de jornalista e cronista, tornando sensíveis e ilustrativas suas lições sobre de arte de escrever. De fato, o livro nada mais é do que um diálogo do mestre transformado em texto, pois tem sua origem em cursos sobre o assunto para profissionais de várias áreas. Iniciando pela história do gênero crônica no Brasil e seus principais representantes, Walter Galvani desenvolve, entre outros temas, os princípios da criação literária e o jogo de palavras que ajudam a "cronicar" com sutileza e imaginação. Escrever não é simples nem fácil - é o seu desabafo honesto e contundente, pois a falta de assunto é o terror de todo cronista. Mas escrever sempre - nenhum dia sem uma linha é a sua maior lição. Dessa forma, sua sua dança das palavras muda de ritmo a cada instante: de experiente jornalista a jovem apaixonado, de crítico a admirador contumaz, lançando mão, a todo momento, da arma mais eficaz de um bom escritor: metáforas - dentre elas, a do "vôo da gaivota". Prodigiosamente, ele mantém o leitor à "espreita" das próximas crônicas e lições que reúne sobre a difícil arte de escrever.