Nanquim é uma coletânea de poemas e haicais que apresenta uma reescrita da vida em seus momentos essenciais, uma reconciliação do corpo com a paisagem que o rodeia, ou ainda um renascimento, um retorno, uma reinvenção da alegria, nas palavras da própria autora. Como define a poeta Mariana Ianelli, na apresentação da obra, "a tinta nanquim, esfumaçando a água, é uma palavra tingindo a imagem do tempo, uma defesa de instinto poético contra a dissipação, o esquecimento (...) Este livro põe a girar aquele 'moinho de versos/movido a vento' de que falava Leminsky, sendo esse vento menos uma metáfora da transitoriedade do que a força motriz que anima o poema em sua intimidade com o corpo da natureza". "Pela lente de Débora Tavares", como analisa o Prof. João Anzanello Carrascoza (ECA – USP), "o traço espesso do carvão se torna leve. Os fatos sem brilho do cotidiano, de repente, esplêndidos! (...) Enquanto, para os míopes, formigas, crianças e flores são o que são -- miudeza que vem e se esfumaça --, em seus versos vão além, vidas cintilantes, como astros!".