Passando a limpo os últimos quarenta anos do século XX, Doris Lessing fala dos desmandos cometidos em nome da ideologia pura, critica feministas, desmonta a esquerda, denuncia corrupção e não poupa sequer o trabalho das ONGS.Logo na introdução de "O Sonho Mais Doce", Doris Lessing afirma que não vai escrever o terceiro volume de suas memórias - já publicadas em Debaixo da minha pele e Andando na sombra - por receio de ferir susceptibilidades. Isso não a impede, contudo, de fazer uma crítica ao que julga ter dado errado no século XX. Põe em xeque o manto real da esquerda, questiona o feminismo, as terapias alternativas, as organizações humanitárias e a já esquecida campanha em prol do desarmamento nuclear. Com a verve e a indignação que a caracterizam, Lessing traça um panorama do século XX acompanhando três gerações e transita, com conhecimento de causa, entre a Londres que tem tudo e a África carente de tudo.