Este livro é uma contribuição notável à teoria da democracia e ilumina tanto o Direito quanto a Política modernos e tem dois méritos fundamentais. 1) Confronta-se criticamente com as interpretações mais significativas da filosofia prática em Kant, que estariam marcadas por reducionismos drásticos que se manifestam, sobretudo, com a acusação de que Kant é um representante do absolutismo esclarecido ou um representante do caráter representativo da democracia, ou mesmo como antípoda rigoroso a qualquer resistência à injustiça cometida pelo Estado, defendendo a tese de que se pode mostrar com clareza um dilema fundamental da teoria contemporânea da democracia. 2) Partido da leitura pragmática do pensamento transcendental, Ingeborg Maus nos apresenta uma concretização extremamente bem elaborada da forma de filosofar que decorre da dicotomia moderna entre teoria e mundo como característica básica do quadro teórico típico da filosofia moderna ainda hegemônica em nossos dias.