Após uma análise exaustiva e séria, quer das concepções teóricas sobre educação quer das suas realizações práticas, esta obra permite-nos constatar a grande distância que medeia entre o modo como se pensa e a forma como se experiencia a educação. O estudo do pensamento e da acção educativa de alguns investigadores-pedagogos (Freinet, Dewey, Paulo Freire, Olivier Reboul), que procuraram ultrapassar esta distância, leva-nos a compreender que as causas deste desfasamento se situam no contexto de uma tradição cultural construída a partir das prioridades ditadas pelo projecto das Luzes. Uma vez que a procura de diluir/atenuar este desfasamento entre pensamento e acção educativa passa pela recontextualização desta tradição cultural, a autora lança-se na aventura de investigar o pensamento de um autor - Richard Rorty - que concebe uma cultura recontextualizada, a cultura poetizada. Esta, enquanto uma cultura que promove o ambiente cultural de uma racionalidade mais abrangente, promove também uma aproximação das concepções às práticas educativas, uma vez que sugere que o princípio referente e unificador do sistema educativo não é uma concepção de educação escolar, mas uma concepção de educação permanente e comunitária. MARIA DA CONCEIÇÃO PINTO ANTUNES, licenciada em Filosofia pela Faculdade de Filosofia de Braga - U C P, instituição onde obteve também o grau de mestre em Epistemologia e Filosofia do conhecimento. Doutorada em Educação na área de especialização de Filosofia da Educação pela Universidade do Minho em 12 de Dezembro de 1999, exerce funções de professora auxiliar do Grupo Disciplinar de Pedagogia do Departamento de Pedagogia do Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho.