Numa época marcada pela preeminência seja da ciência, que supostamente descreveria a realidade empírica de forma direta e imediata, seja dos signos monopolizados pelos processos de significação que alcançaram um lugar central com o giro linguístico, as texturas da imaginação resgatam a sensualidade material do real, ignorada pelas abstrações reinantes nessas duas posições antagônicas. O trabalho da imaginação, ao promover a aparição do real como imagens que não são meras aparências, dá-nos a possibilidade de nos resgatar, ao mesmo tempo, das posições subjetivas a partir das quais mantemos insensivelmente às micropolíticas dominantes que dão forma ao mundo em que vivemos. Na imaginação, podemos nos tornar parte de eventos transformativos em que o real pulsa para ser mais do que é. Texturas da imaginação é o primeiro volume da trilogia O espectro e o signo, que articula de um modo clínico-teórico as consequências de um enfoque crítico e poético da psicoterapia. Sem deixar de lado a(...)