Espumas Flutuantes foi o único livro publicado em vida por Castro Alves. Lançado no final de 1870, poucos meses antes de sua morte, abrange parte importante da sua produção lírica. O livro reúne textos de caráter épico-social, de amor, descritivos e traduções que revelam as influências do autor. Traça, assim, um quadro geral da lírica do poeta, como se quisesse mostrar todas as possibilidades de sua poética, documentando sua percepção do mundo e da época em que viveu. Apenas os poemas abolicionistas, pelos quais o poeta se tornou tão conhecido, não constam aqui, pois estavam destinados ao volume Os Escravos, que o poeta vinha organizando e não chegou a publicar inteiro antes de morrer. É o próprio Castro Alves que conta no Prólogo como chegou ao nome do livro. Depois de acertar, sem querer, um tiro no próprio pé, decide partir do Rio de Janeiro e retornar à Bahia. Com o navio se afastando da Guanabara, conta: visualizei, repentinamente, duas tristezas: a da noite, que descia dos céus, e a da solidão, que subia do oceano. Entre o mar e o céu, vaga e vento, brotou-me um nome, Espumas Flutuantes, para assim chamar o livro que reuniria meus poemas.