Em literatura, o breve pressupõe o domínio da concisão. Encontrar Lygia Fagundes Telles e Dalton Trevisan na dedicatória deste livro, nesse sentido, não é mera casualidade ou tributo de praxe. Trata-se de reconhecimento, por parte da autora, da linhagem à qual sua escrita se vincula. Histórias de gente errada, para além dessa questão de estilo, dialoga com uma tradição estética que prescinde de evocar o belo para agradar o leitor. Quem passa por estas páginas, encontra uma?combinação?de elementos estranhos e fantásticos mediados por narrativas que tematizam diferentes manifestações de violência; um mundo habitado por personagens dilacerados que atravessam dilemas alheios à possibilidade de?redenção. Esses contos?nos oferecem?uma experiência singular na qual o horizonte é constantemente negado.