Neste livro, Roseli Figaro se propõe vários desafios. O mais audacioso consiste no questionamento dos conceitos de ação e razão comunicativa como categorias primeiras, pois ela propõe que estas sejam precedidas pela colaboração do trabalho "como categoria central para se compreender as complexas mudanças da contemporaneidade, principalmente aquelas advindas dos processos de comunicação". A pesquisa se dedica a interrogar as relações sociais e constituições individuais a partir de uma investigação em meio a grandes empresas e suas políticas administrativas. Debruça-se sobre um material empírico que compreende discursos: dos trabalhadores entrevistados, da comunicação empresarial etc. Assim, com muitos outros enriquecedores focos e nuances, recorre a instrumental metodológico de uma das vertentes da análise de discurso, com ênfase em Mikhail Bakhtin, já que este, citando novamente a autora, "destaca a palavra como uma arena de luta, onde se manifestam as forças sócias em constante disputa para significar o mundo...".