O rio do tempo permite a alguns raros viajantes cruzarem sua correnteza na contracorrente da história dos homens, e de lá trazerem à tona memórias esquecidas, vidas que foram suas e de outros. Daniel Givaudan é um desses viajantes do tempo. Suas antenas psíquicas são daquelas que permitem viajar ao passado e resgatar, como neste extraordinário relato de milênios findos, histórias que guardam o frescor e o realismo de quem as viveu. E ele o faz num estilo envolvente e lírico, que nos imanta desde as primeiras linhas e transporta com ele às velhas paragens da antiga Síria, e sobretudo às margens do Nilo – onde revive nada menos que sua existência como médico na corte do faraó Akhenaton. E é a odisséia do grande Filho do Sol que ele faz reviver, erguendo das brumas dos milênios, intacta e luminosa como o disco solar sobre a antiga Terra de Kem. Não apenas um relato externo, com aventuras, paixões, descobertas e embates entre homens e visões, mas a dimensão espiritual, profunda, da luminosa revolução, inédita no planeta, daquele que é chamado de o primeiro monoteísta da História. Nesse contexto, as aventuras de Nagar-Thet, o médico e instrutor de almas, seus amores e trajetória em busca da luz interior, voltam a viver em uma narrativa sedutora, que transporta o leitor a cada cena em pleno Egito antigo – um mergulho no rio do tempo