Em janeiro de 1880, um grupo de soldados imperiais adentrou pelos pântanos que ladeavam a Vila de Nossa Senhora do Belém de Tebraria, antiga sesmaria de Amador Bueno da Veiga, na Província de São Paulo. Conduziam, por ermos e sendas de custosa passagem, um caixão coberto com a bandeira do Império. A missão legada a seus sabres: dar cumprimento à derradeira ordem de seu Comandante-em-Chefe, Marquês Manuel Luís Osório, o Legendário. Estes imperiais, afamados pela eficiência em combate são os mais temíveis e sanguinários soldados do tal Vale da Sombra da Morte. Festejados por seus feitos e solenizados por suas incontáveis vitórias nas Campanhas das Cordilheiras Paraguaias, em breve, os memoráveis soldados a serviço do Império de Dom Pedro II, encontrarão terríveis e inimagináveis inimigos com muito mais do que podem dar conta. Mais do que uma excelente história de horror penejada por um mestre da narrativa, Imperiais de Gran Abuelo é um livro que se arrisca pelo passado mais negro do país, um relato preciso e visceral da Guerra do Paraguai, onde o leitor estabelece um acordo tácito com o livro ao suspender a descrença, aceitar o faz-de-conta e vestir a farda imperial para viver ao menos mais um dia numa crônica de pólvora e sangue.