Não é à toa que o Funk, como fenômeno sociocultural, se tem tornado tema de monografias, dissertações, teses e artigos acadêmicos. Além do interesse midiático, a ciência também se volta para esse gênero, buscando nele algumas chaves para a problematização de temas, como juventude, desigualdade de gênero, criminalidade, favelas, consumo, entre outros. Em meio a essa profusão de trabalhos, este livro se destaca pelo seu olhar. Além de trazer à luz as íntimas relações do Funk com a diáspora negra, tema pouco abordado em outros trabalhos acadêmicos, a autora escreve sob a ótica de quem, mais do que pesquisou, viveu o Funk. Sua abordagem é comprometida ideológica e politicamente com aqueles que fazem o Funk: os funkeiros. Funk-se quem quiser: a letra da música que dá título ao livro é também um manifesto que emerge não do cenário Funk, mas de seus bastidores.