O Edito de Milão (como é conhecido e a ele vimos, ao cumprirem-se 1700 anos da sua promulgação), por muito que seja apontado como inaugurando um novo tempo, não escapa às derivas da história que vamos construindo e exige consciência renovada para nos debruçarmos sobre os testemunhos que dele nos chegaram: aceitemo-lo sob a designação convencional e admitamos que, remando contra o tempo, é possível atender-lhe com alguma isenção, desprendendo-nos da laicidade imperante, ao menos para cavar na espessura formada por acumulação de camadas na memória que nos cabe manter.