"O documento 105, nos parágrafos 250 e 273, destaca a presença e atuação dos leigos e leigas como sujeitos, nos areópagos modernos, assim chamados em alusão à presença de Paulo no areópago de Atenas. Foi tendo em vista esse ponto que surgiu a ideia desta obra que trata o laicato e a política, tema importante a atual. No mundo todo, e não apenas no Brasil, o processo político deixou, há algum tempo, de buscar o bem comum, muito embora talvez possamos dizer que quase sempre ele desviou-se desse objetivo. E num mundo marcado pelo poder total do capital financeiro, que origina uma imensa disparidade entre renda e riqueza, o processo político, os poderes constituídos, inclusive o policial e o judiciário, se veem dominados e controlados para que ajam em função dos poderosos, dos detentores do poder econômico. Assim sendo, e a partir dessa situação de injustiça, chamamos a palavra da Igreja, no Documento n. 105: ""É missão do povo de Deus assumir o compromisso sociopolítico transformador, que nasce do amor apaixonado por Cristo"" (161). Não se pode mais imaginar viver o Evangelho na intimidade da vida, ou no escondido do espaço eclesial. Ao contrário, o sofrimento de tantos homens e mulheres, de todas as idades, requer um agir no mundo. E o mundo da política é o campo prioritário daqueles que querem interferir c construir outra forma de viver a economia, a justiça social. A presente obra apresenta a política não só como participação direta nos campos partidários, mas como uma intervenção em toda a sociedade, na família e mesmo na Igreja. Há muito espaço para buscar construir o novo. As formas são múltiplas. "