Débora era realmente uma moça diferente. A todos cativava com sua espontaneidade, seu carinho, atenção e simplicidade. Não era orgulhosa nem arrogante. Entretanto, nem tudo era flor na vida de Débora, no fundo do coração, sentia enorme frustação pela ausência paterna. Ela alimentava saonhos e esperanças conversando longamente com sua mãe, que a ouvia, porém o que ela desejava mesmo, era poder contar com o pai nos momentos de alegria, de tristeza, de frustação, masnunca o tinha por perto. Sentia que nas poucas oportunidades em que se encontravam, eram diálogos monossilábicos e pelos assuntos abordados pelo pai, percebia que na visão dele, ela ainda era uma menina. - que pena - pensava consigo mesma nos momentos de tristeza - todas as pessoas me conhecem, menos aquele a quem tanto admiro: meu pai; ele não sabe quem sou. Meus anseios, minhas ilusões, meus desejos, enfim, não me conhece.