A Vênus das peles, de Sacher-Masoch, foi publicado originalmente em 1870, e narra pela primeira vez, com detalhe e clareza, a submissão sexual e existencial, ao mesmo tempo dolorosa e prazerosa, servil e libertária pois se trata de servidão voluntária, de um homem a uma mulher. O livro não é apenas a obra fundamental do masoquismo, é também uma das obras fundamentais da cultura contemporânea, em que a liberdade e a realização individuais se alimentam reciprocamente. O masoquismo (termo depois consagrado por Freud), o sadismo e inúmeras outras práticas hoje conhecidas, reconhecidas e nomeadas, como o fetichismo, o travestismo e o próprio homossexualismo antes conhecido como o amor que não ousa dizer seu nome ousam nomearse quando deixam de ser negados e renegados e podem, entre outras coisas, se tornar referências de grandes obras de arte, como a Vênus das peles.