Depois de ser captado, remexido, selecionado cenas da vida urbana, não se tem mais como ignorar o caos social. Não é apenas a liberdade formal, a captação do cotidiano de vocabulário simples, que ora choca, ora traz questionamentos, que se faz presente em cada página, estrofe, antes, o grande paradoxo de vida e morte, ao se ter uma visão do todo, sem no entanto, abandonar a emoção de se sentir inteira, se o assunto for o amor. Uma escrita um tanto audaciosa, assim como a de alguns de nossos antepassados poéticos. Trazer à tona o que os olhos comuns vêem, mas preferem não enxergar. Verônica Eugênio, professora e poeta.