As palavras passam em minha frente como vagões... Cada um com uma família, com uma história que aportou numa estação qualquer da vida. Há muito o país cresceu e suas pequenas vilas viraram grandes cidades, graças à ferrovia, principal meio de transporte da época. Muitos imigrantes aqui aportaram, muitas famílias com os "punhos de ferros", da estrada de ferro tiraram o sustento. É para celebrar esta classe, a de ferroviários, que a editora In House e a Associação de Preservação da Memória da Companhia Paulista, em alusão ao Dia do ferroviário (30 de abril), lança "Meu Pai Foi Ferroviário", que já está no terceiro volume. Um livro de perfis, de família, e, ao mesmo tempo, um registro histórico narrado em cada causo, conto, em cada recordação e, todos, bem sabem que foram os trabalhadores que construíram a história da ferrovia. O coração dos ferroviários, e familiares, apitou forte, como um trem que partia para uma viagem histórica pelas vias mais intrínsecas do ser humano: as vias coronárias!!! A pontualidade da ferrovia os chamava: era hora de ir para a estação e contar encontros e despedidas, afagos de chegada, e de partidas... O relógio humano pode se manipular, já o da vida... O livro mostra, através da narrativa das famílias, inúmeras histórias de imigrantes que fugiram de seus países e que aportaram em Santos e pegaram o trem rumo a uma cidade do interior de São Paulo na tentativa de uma vida melhor. Causos da ferrovia, encontros e desencontros, também percorrem a "infinita Railway"...