Publicado originalmente em 1939, Dia garimpo, de Julieta Barbara, é um dos poucos livros da fatura modernista de autoria feminina e ficou esquecido por mais de oitenta anos. Esta nova edição da obra realiza um resgate de uma autora brasileira do século XX que pode nos ajudar a ler questões dos dias atuais. Sensível a alguns princípios modernistas, como a pesquisa de motivos, mitos e referências da cultura brasileira, o livro parece depurar a pesquisa estética de seu tempo, trabalhando com uma linguagem coloquial, com registros orais, evocando personagens e manifestações religiosas variadas e acenando para outras artes, como a música, a dança e as artes visuais. Além de reproduzir o material que constava na primeira publicação – ilustrações da própria Julieta Barbara, uma carta-prefácio do poeta Raul Bopp e um retrato da autora por Flávio de Carvalho –, esta nova edição traz onze poemas inéditos de Julieta, um posfácio de Mariano Marovatto e texto de orelha de Veronica Stigger.