Este livro aborda o tema das formas ameríndias da política, a partir de uma etnografia do grande ritual mortuário que os povos do Alto Xingu realizam em memória de seus chefes o famoso Quarup. Partindo de uma pesquisa entre os Kalapalo, falantes de uma língua karib daquela região, o livro discute os múltiplos sentidos da política e do ritual na vida desse povo, atravessando questões como etno-história, mitologia, parentesco, artes verbais, e transformações socioeconômicas. Por meio do diálogo entre conceitos indígenas e antropológicos, o livro procura elucidar a dupla centralidade do Quarup, que emerge tanto como um momento-chave na produção de pessoas e coletivos no Alto Xingu, quanto como uma forma de ação política voltada para o mundo não indígena.