O homem que possui a métis está sempre prestes a saltar; ele age no tempo de um relâmpago. Isto não quer dizer que ele cede, como fazem comumente os heróis homéricos, a um impulso súbito. Ao contrário, sua métis soube pacientemente esperar que se produzisse a ocasião esperada. Mesmo quando ela procede de um impulso brusco, a obra da métis situa-se nos antípodas da impulsividade. A métis é rápida, pronta como a ocasião que ela deve apreender no vôo, sem deixá-la passar. Mas ela não é nada menos que leve, lepté: munida do peso da experiência adquirida, ela é um pensamento denso, espesso, apertado - pykiné. Em vez de flutuar lá e cá ao sabor das circunstâncias, ela ancora profundamente o espírito no projeto que ela maquinou antes, graças a sua capacidade de prever, além do presente imediato, um pedaço mais ou menos espesso do futuro.