fruto de uma brincadeira entre amigos, essa despretensiosa obra se constrói tendo por base um humor anárquico, politicamente incorreto, por vezes negro. é, antes de tudo, uma sátira ácida aos programas de massa e às telenovelas com todos seus clichês folhetinescos. romance leve e humorístico, que extrai sua comicidade do absurdo, do ridículo, do grotesco, da troça e da crítica social, sem compromisso com teses. o fio condutor da narrativa é a história conturbada da cândida, doce, sensual e nervosa ludmárcia, típica mocinha romântica, e sua irmã desalmada, lucrécia, que destrói as chances da primeira de ter realizado seu mais caro sonho, o de participar de um reality show, com isso mudando para sempre seus destinos. mas isso é só o ponto de partida para uma saga intercontinental, na qual se agrega uma infinidade de personagens folhetinescos típicos: o anti-herói romântico, a boa amiga da mocinha, o chantagista, o sedutor, a bruxa má, o policial durão, e tantos outros. uma história de grandes paixões, ódios, rancores, redenção, mistérios insuspeitos, assassinatos, e muitas reviravoltas, como só o bom e velho folhetim pode nos garantir. e tudo isso descrito com muito humor e ironia. de resto, uma boa leitura e ótimas risadas para todos vocês, porque, como dizia chaplin: um dia sem rir é um dia desperdiçado.