O amor em todas as suas vertentes, entre pais e filhos, irmãos, amantes, amigos é o tema de do novo livro de contos do paulista João Carrascoza. O exercício da síntese, que o escritor maneja com a maestria de mais de duas décadas trabalhando também em publicidade, amplia o turbilhão de sensações que camufla o amor profundo entre seus personagens. Tipos de fácil identificação, homens e mulheres, crianças que circulam em metrópoles ou até em pequenas cidades.Em Amores mínimos, Carrascoza aproxima sua prosa à poesia, e assim disseca o sentimento que surge em qualquer fase da existência. Há aqui a ternura, compaixão e a certeza de que as coisas pequenas, quase esquecíveis do nosso cotidiano, são as que fazem a grandeza da vida. “O mínimo que se pode fazer em vida é se dar ao máximo a cada instante, mesmo que a maioria deles seja de pouca valia”, explica, com emoção, o escritor. Há ainda uma melancolia constante permeando os contos. Construída poeticamente com o olhar esperançoso de Carrascoza, um entusiasta da vivência plena “das grandes paixões e pequenos amores”. Tudo é contado com delicadeza e elegância, Um coração recuperando a capacidade de amar. Um encontro de dois. Uma reflexão no transporte escolar de crianças. A elocubração que a mente faz sobre um outro alguém. O ranço da relação entre pai ausente e filho. A febre de paixão entre duas pessoas. Vencedor do Jabuti, em 2007, com a antologia O volume do silêncio, desde sua estréia literária, o cuidado com a linguagem — sempre perpassada por lirismo — encantou público e crítica. Em textos curtos e de alto impacto, Amores mínimos comprova seu nome como um dos destaques da cenário cultural contemporâneo.