O quadrinista argentino Ricardo Liniers Siri teve sua estreia nos periódicos argentinos ainda em 1999, com a publicação semanal da tirinha Bonjour no jornal Página 12. Em 2002, foi convidado a fazer uma tirinha diária para o La Nación. Sob o título de Macanudo, Liniers começou então a apresentar situações quase absurdas protagonizadas por ovelhas, duendes, pinguins, uma azeitona de sombreiro, e, às vezes, até ele mesmo em forma de coelho. Hoje Liniers goza de prestígio internacional, e Macanudo, publicada de segunda a sexta-feira no Brasil pela Folha de São Paulo, está também presente nas páginas de periódicos da França, Estados Unidos e Espanha. Em O que existe antes que exista tudo, o quadrinista portenho adota um traço mais gótico e sombrio, que o diferencia um pouco daquele de suas produções mais famosas. O humor leve e sensível característico de seu trabalho, entretanto, ainda está presente. Neste livro, Liniers mostra o que uma criança pode imaginar após seus pais lhe desejarem boa noite e a luz do seu quarto ser apagada. Figuras estranhas começam a descer, uma a uma, ao redor de sua cama até que o "tenebroso e sem forma. Mais negro que a escuridão total", que se identifica como "O que existe antes que exista tudo" toma conta do teto do seu quarto.