O último lugar do mundo em que as pessoas esperam se decepcionar é num ambiente de igreja. Tida como o especo terapêutico da alma por excelência, ela representa para muitos a última esperança de felicidade ou de restauração. É justo que seja assim - afinal, esta é sua vocação desde que foi instituída por Jesus, há cerca de dois mil anos. Não é de estranhar, portanto, o choque causado pela frustração de quem um dia acreditou em promessas de prosperidade material ou de curas sobrenaturais que jamais se transformaram em realidade. Nos últimos anos, com a multiplicação das igrejas neopentecostais e seu discurso messiânico, esse contingente de desiludidos tem crescido em progressão geométrica. Durante quase duas décadas, o pesquisador Paulo Romeiro debruçou-se sobre centenas de casos como esses, confrontando-os com as doutrinas bíblicas. O resultado de suas investigações está nas páginas de 'Decepcionados com a graça - Esperanças e frustrações no Brasil neopentecostal'.