Historicamente, as mulheres são cercadas por muros de silenciamento, ora estreitos e sutis, ora imensos, mas invariavelmente densos e massacrantes. Esses muros de silêncio formam aquilo que Taís Scheer muito acertadamente identifica como o labirinto do direito, isto é, o desenho institucional que aprisiona e confunde, exige que a mulher percorra diversos caminhos intrincados sem que suas demandas sejam atendidas, como enuncia a autora na presente obra. Portanto, a competência híbrida seria a solução para evitar o trânsito pelo labirinto do direito, uma vez que a mulher não precisaria transitar por diversas instâncias do sistema de justiça. Entretanto, a autora sinaliza que se trata de uma solução-problema, pois, embora evite de fato uma vitimização secundária pela peregrinação da vítima de violência, também não garante que o juízo que concentra todas estas questões atuará com perspectiva de gênero, [...]