Em 1865, a cearense Jovita Alves Feitosa, de dezessete anos, vestiu-se de homem e decidiu alistar-se como voluntária da pátria na Guerra do Paraguai. Descoberto o disfarce, Jovita foi, ainda assim, aceita como voluntária pelo presidente da província, no posto de segundo-sargento. Transformada em celebridade do dia para a noite, fez um percurso triunfal de Teresina ao Rio de Janeiro. Mas, por fim, Jovita não foi aceita como combatente e desapareceu do noticiário até seu suicídio, dois anos depois. Em Jovita Alves Feitosa: voluntária da pátria, voluntária da morte, José Murilo de Carvalho, um dos maiores historiadores em atividade no país, reproduz e analisa preciosos documentos de época, que compõem um quadro rico e complexo. Estão reproduzidas uma pequena biografia datada de 1865, notícias de jornal, um depoimento dado à polícia, documentos, diversos poemas escritos em sua homenagem, fotografias. Estudando os limites entre fato e mito, o autor busca entender os sonhos e a luta da voluntária e as relações que se estabeleceram entre ela e a sociedade de seu tempo.