Neste livro são avaliados os problemas causados pela guerra à elite colonial, os elementos de desgaste em sua relação com o poder metropolitano e a maneira como foram contidos e contornados por aqueles que intermediavam essa relação, com o claro objetivo de garantir a lealdade à coroa portuguesa dos moradores da Bahia.Sob o ponto de vista da análise conceitual, este trabalho remete ao tema da relação entre a acumulação primitiva de capital mercantil promovida pela colonização mercantilista e a reprodução das formas de organização social e manutenção da ordem na colônia. Wolfgang Lenk mostra que isto aconteceu desde cedo, pois a guerra contra os holandeses teve um enorme impacto financeiro no Império.O historiador nos revela como as relações entre a sociedade colonial estabelecida na Bahia e a monarquia portuguesa desenharam-se de forma muito peculiar. A aproximação entre os interesses da açucarocracia e da administração explicam a “lealdade baiana”, mesmo nos momentos de maior opressão fiscal. Mas lealdade não significava adesão, ausência de conflito, muito pelo contrário. A história tem nos mostrado que o século XVII é um século de crise global, de crise local e de grande tensão social.