"São dez contos da noite paulistana, narrados por personagens que transitam enlouquecidos pelas ruas da cidade desde que anoitece até o sol nascer, experimentando tramas sem consciência nem moral, gozando os prazeres do vício consentido, vivendo de propósito estilos sem rumo, sentindo toda a excitação que só a madrugada é capaz de despertar nas almas. Por exemplo, é se deixar trepar pela garota do elevador da Praça Roosevelt; é o roteiro de uma conquista alcoolizada de um bofe em Santa Cecília; na Praça da República, são as duas mulheres do mesmo homem gozando pelo telefone ao falar dele; é a putinha travada de heroína e solitária num banco na Estação da Luz, e outras coisas mais. Ao fim desse trajeto delirante, algumas considerações. Primeira, a suspeita que o particular universo marginal dos contos seja só um álibi do autor para identificar e nos fazer flagras às nossas mais íntimas e universais paixões, exercidas ou sublimadas. Segunda, a certeza do talento do autor para criar literatura, transformando as intenções do pensamento imaginário em diálogos de realidade conhecida e em monólogos de idéias nunca antes faladas. É o primeiro livro do autor e da editora. Tomara que não parem."