Não se assuste o leitor se dissermos logo de início que "para a perfeita compreensão da nossa história, aqui devemos terminar nossa história". É que para melhor se compreender essas três imensas novelas de encontros inesperados e paradoxais, o melhor é ouvir os silêncios, os intervalos, as fissuras que sobrevivem ao término da performance. Embora marcadas pelas vanguardas históricas, estas novelas, escritas em 1931, buscam uma outra experiência da temporalidade, como se a destruição humana já tivesse se consumado e vivêssemos uma espécie de pós-vida, pós-histórica, que começasse pelo fim. No entanto, ali onde termina, sobre as ruínas do mundo burguês e da insanidade da guerra continuada na paz capitalista - sempre à beira de uma nova catástrofe - começa a possibilidade de uma outra acoplagem de realidades, um universo super-real (mais surrealista que o "surreal") que se produz pela montagem e desmontagem dos mundos.