No conhecimento haurido pela humanidade, revestido de forma científica, o que faz diferença é a possibilidade de estruturar pensamentos, desenvolver habilidades e produtos e aplicar ideias. A ciência de Ulpiano, que organiza a convivência social pela definição do ideal do dever-ser, o Direito, muitas vezes revela a distância do objetivo social e a limitação da realidade humana. Os operadores do Direito superam abismos pelo idealismo, pela visão de futuro, pelo olhar superior da compreensão do drama humano. Por vezes, no cotidiano, esse fato aflora com tal vigor que provoca a irresignação: como punir aquele que foi ao limite de suas forças e não alcançou o cumprimento da norma? Nesse cenário é que a sabedoria aponta o dever do Controle, enquanto ramo do Direito, de orientar para o futuro, após aquilatar o elemento subjetivo entre dolo, culpa e ignorância. Na ciência da Engenharia, da Arquitetura a experimentação científica, a comprovação, o resultado, a certeza se colocam como fundamentos. Até a dúvida se comporta em âmbito de balizas testadas e seguras. Se o primeiro título de Engenheiro foi usado pelo inglês John Smeaton (1724-1792) há séculos, é fato que talvez o primeiro engenheiro tenha sido Imhotep, funcionário do faraó Djoser, que construiu a pirâmide de mesmo nome, por volta de 2630 a.C.-2611 a.C. e traçou seus alicerces há milênios. Entre as duas ciências, o Direito e a Engenharia, sempre houve divisão. Os temas governança e controle, no entanto, e o necessário enfoque republicano trouxeram um hiato que resultou em dificuldades insuperáveis até recentemente. Todas as vezes em que se discutem temas de relevância para a sociedade sente-se uma dificuldade de travessia e até de compreensão.