A inclusão pode ser vista em sentido restrito na escola ou no trabalho, e no sentido amplo no funcionamento da sociedade. Muitas vezes foi tratada com descrições, justificativas e orientações, e as medidas restaram com aplicação restritiva. Propõe-se, então, um enfoque diferente: vê-la como uma problemática individual e social. Individual, porque coloca as pessoas designadas ao centro, como atores da inclusão. Social, porque considera as representações e as mentalidades como principais barreiras. Isso situa a inclusão, ao lado de uma obrigação legal, como uma questão de valor. Pretende-se que a mudança coletiva e individual para uma mentalidade includente possa conduzir a uma sociedade inclusiva. Entre as situações abordadas, algumas se referem às pessoas ditas deficientes intelectuais, sua escolarização e formação profissional, colocação no mercado de trabalho e participação social. Outras são relativas à ação social junto aos grupos marginalizados, a campanhas de sensibilização e à institucionalização de pessoas idosas. Enfim, são analisadas questões relativas aos agentes de educação e sua formação. Isso conduz ao aprofundamento de conceitos organizadores do pensamento. O livro deve interessar, assim, a pesquisadores, formadores, promotores, gestores e agentes sociais, profissionais da educação em formação ou em atividade, pais e voluntários. O desafio não está tanto na prática, quanto está na mudança do olhar e da mentalidade.