Isto é diferente daquilo. Ali, daqui. O livro que desta orelha já se ouve é um convite a demorar-se nesse trânsito, habitando com uma atenção cuidada passos diariamente repisados, dados com distração. A diferença é essa linha tênue que teima se mover repartindo as coisas; é a foice que abre caminhos admitindo que entender é modificar. O importante é que haja corpo e presença em cada instante. O texto adiante é um corpo íntimo aberto, um exercício de afetação: uma pedra que empresta sua dureza; um bicho que nos deixa sentir sua fome; um rio que partilha sua habilidade de correr. O poeta tem mãos habilidosas e nelas traz um pedaço de pão traça com precisão seus percursos, mesmo sabendo que os farelos podem ser devorados ou carregados pelo vento antes de o leitor passar. Arrisca-se e convida o passante a fazer o mesmo, pois uma coisa é trafegar as margens de um livro, tê-lo entre os dedos e carregá-lo no bolso, outra coisa é mergulhar nele. Sugiro apenas retirar os sapatos.Isto é diferente daquilo. Ali, daqui. O livro que desta orelha já se ouve é um convite a demorar-se nesse trânsito, habitando com uma atenção cuidada passos diariamente repisados, dados com distração. A diferença é essa linha tênue que teima se mover repartindo as coisas; é a foice que abre caminhos admitindo que entender é modificar. O importante é que haja corpo e presença em cada instante. O texto adiante é um corpo íntimo aberto, um exercício de afetação: uma pedra que empresta sua dureza; um bicho que nos deixa sentir sua fome; um rio que partilha sua habilidade de correr. O poeta tem mãos habilidosas e nelas traz um pedaço de pão - traça com precisão seus percursos, mesmo sabendo que os farelos podem ser devorados ou carregados pelo vento antes de o leitor passar. Arrisca-se e convida o passante a fazer o mesmo, pois uma coisa é trafegar as margens de um livro, tê-lo entre os dedos e carregá-lo no bolso, outra coisa é mergulhar nele. Sugiro apenas retirar os sapatos.