Frequentemente, o campo é visto como sinônimo de atrasado, como espaço de privações, ou, na melhor das hipóteses, como um cenário folclórico cujo personagem principal, do tipo Jeca, é motivo de gracejos, anedotas, chistes. Mas a poética de Nivanira Costa, rechaçando essa visão triste e pejorativa do campo, traz uma visão positiva e alegre da vida campesina no Amazonas. Sem negar as agruras do mundo rural, seus poemas narraram as rotinas do trabalho na agricultura familiar, celebram os sabores da culinária regional, exaltam a diversidade e os encantos da fauna e da flora telúricas. Nesse sentido, a vida campesina retratada na poética desta autora é vista como um estilo de vida puro e saudável, que, infelizmente, se perde à medida que avançamos na travessia do tempo. Esta obra, portanto, não se resume a uma coletânea de poemas retirados do cotidiano rural, mas um exercício de memória pessoal, familiar e comunitária que preserva parte importante da história humana nos sertões amazônicos.