Neste ensaio, Barbara Cassin faz uma análise ao mesmo tempo acadêmica e pessoal das origens do sentimento de nostalgia e das relações entre pátria, exílio e língua materna. A pergunta que orienta sua escrita é: quando, afinal, nos sentimos em casa? De início, a filósofa procura descrever a sensação estranha que experimenta sempre que chega à Córsega. Mesmo não tendo parentes nem raízes nessa ilha do Mediterrâneo, nostalgia é a palavra que lhe ocorre para descrever a hospitalidade, a experiência do cosmos, ordem e beleza, provocadas por seu contorno e seu horizonte. Para Cassin, a nostalgia tem sempre duas faces: enraizamento e errância. Na primeira parte do livro, examina cenas primitivas do poema de Homero que narra o retorno impossível de Ulisses a Ítaca; entre elas, a cena que realiza a explosão literal da metáfora do enraizamento e que está na base da nostalgia [...]