Desde o ressurgimento de uma preocupação prática com a instituição da democracia no século XVIII, nas obras de pensadores como Rousseau e Jefferson, foram escritos e publicados provavelmente centenas de milhares de textos, tanto com proposições normativas como de análise de situações concretas. E, no entanto, continua sendo possível produzir novos estudos sobre o processo democrático, envolvendo as transformações da estrutura social, o esgotamento de velhas práticas ou o surgimento de novas perspectivas. Neste princípio de século XXI continua a existir uma predominância da democracia representativa como forma de participação desenvolvida nos países que mantêm instrumentos de intervenção de seus cidadãos nas decisões políticas. Não é demais lembrar, no entanto, que excetuando, talvez, os continentes europeu e americano, muitos países do mundo ainda são dirigidos por formas autocráticas de governo. E mesmo onde há eleições periódicas, com a escolha popular de parlamentares ou membros do poder Executivo, inúmeras são as críticas ao funcionamento desses sistemas. No conjunto dos textos do livro, o leitor tem um leque de análises sobre a democracia e a participação, que vão das concepções teóricas aos problemas do funcionamento cotidiano das instituições criadas para fazer funcionar princípios construídos abstratamente, que mostram de onde viemos, onde estamos e o longo caminho a ser ainda trilhado pelo Brasil na incorporação de seus cidadãos ao processo democrático.