Nestas memórias, os fatos da vida do autor são re/significados pelo seu processamento mental, quando são impregnados da subjetividade. Não se trata aqui de memórias ficcionais, conforme parece ser tendência atual, mas simplesmente de memórias, que já são moldadas pela sensibilidade e imaginação do autor. É o que o autor afirma no seguinte trecho desta obra: ‘‘...não podemos distinguir/identificar em nossa memória a realidade dos inúmeros fatos/eventos da vida que foram processados em nossa mente, e não só formaram o nosso universo memorialístico, mas também conformam a nossa personalidade. Minha memória é um lago sem margens, em permanente crescimento e modificação.’’