Em Academia, pena e prisão na cidade de São Paulo, a investigação histórica abre espaço para a compreensão do surgimento da Academia de Direito de São Paulo e, posteriormente, de suas primeiras instituições prisionais, como enraizado na construção da sociedade nacional, em todas as suas nuances. Aqui, a autora destaca a conservação de estruturas de dominação tradicionais lastreadas na monocultura do café e no liberalismo escravista como indissociáveis do desenvolvimento de São Paulo e, igualmente, a centralidade do bacharelismo na consolidação da ordem que se almejava. Destaca, também, que a sociedade que desejava ser moderna conviveu, por muito tempo, com cativeiro, castigo e pena pública, e que as suas permanências marcaram a prisão que não foi a mesma no decorrer do tempo. De instituição lateral e subordinada ao escravismo, a prisão mais tarde se revelaria cárcere, verdadeiramente, enformado pela mercadoria e útil a ela.