Adrien era estrangeiro e estava no Brasil escrevendo uma matéria para a empresa jornalística na qual trabalha. Como estávamos hospedados no mesmo hotel, acabamos por fazer amizade, e em seu horário livre nos acompanhava, a mim e alguns amigos, para os locais turísticos da cidade. Nossas conversas acabavam se direcionando para assuntos de espiritualidade. Como isso sempre me fascinou, ficávamos frequentemente até altas horas da noite discutindo. Adrien era um homem muito inteligente, e no pouco tempo em que estivemos juntos aprendi muito. Antes de partir ele me deu um manuscrito e pediu que o lesse, mas que não comentasse com ninguém sobre seu conteúdo, com o que, evidentemente, concordei de pronto. Trocamos telefones e seguimos nossas rotinas normais de vida. Durante minha volta comecei a ler o que havia me dado e, confesso, fiquei tão impressionado com o que estava escrito que não parei até terminar. Minha primeira reação foi telefonar para ele, primeiro para agradecer pela confiança, depois, porque o entusiasmo era tanto que queria mais detalhes. Conversamos por um longo tempo e, no final, pediu para que eu editasse o conteúdo do texto que ele, por razões óbvias, não podia fazê-lo, porém solicitou que aguardasse um contato seu, autorizando-me a divulgação. O tempo passou e essa autorização só chegou seis anos depois.