O romance de Humberto leal não é apenas um apanhado folclórico das realidades e lendas da região, é acima de tudo uma história de gente, de pessoas, que o autor vai colher dentro de sua vivencia com aquelas criaturas que, dentro do seu cenário, parecem tão diferentes de nós, mas na verdade são de carne, como nós também. Verdade que ninguém, nenhum dos personagens do DIA SANTO, parece cotidiano para nós, mas é assim o cotidiano deles. Há uma espécie de exacerbação nos corações, uma intensidade talvez aquecida pelo clima cálido, um interesse peculiar de uns pelos outros; talvez, sendo eles tão poucos em relação à imensidão da floresta, se procuram, se cruzam, se defrontam, lutando contras as distâncias, a violência dos sentimentos, as maldições, os feitiços, as lembranças que se gravam fundo na carne porque foram escritas com sangue.