Há ainda o mundo metassonético, o autor nos ensina. Que mundo é esse? Talvez aquele em que seja possível exorcizar a dor da forma rígida de um soneto, quebrando as normas dessas velhas práticas. Até que possamos chegar às marcas d’água e nelas encontrar uma pista para exorcizar o fim do mundo: o desejo de viver. Se imundo é o mundo que nos rejeita, o que nos resta, senão esse desejo? Talvez ele se reduza à não ideia do seio de ninguém e isso basta para que mais um nada se escreva. Ao ser escrito, ele aí está: mais um nada no (i)mundo de indimensionada dimensão. Para esse mundo partido, metade de nada, o poeta, aos cento e vinte anos, ainda é capaz de acenar, com sua vida em excesso: a ti partido só me resta amar-te. Lucia Castello Branco