Tive oportunidade de assistir a uma das melhores comédias já escritas no teatro brasileiro desde que ele existe. Millôr, usando da lente de aumento da farsa, faz a crítica do comportamento militar, do comportamento sexual, do comportamento religioso. Uma comédia engraçada; talvez a mais engraçada já escrita por um autor brasileiro e clássica neste sentido. Uma palavra que se lhe acrescentasse seria demais; uma que se lhe tirasse, faria falta. O que mais pode-se pedir de um escritor que, dono de um incomparável poder de síntese, restringindo-se aos fatos, através do riso anárquico, oferece à platéia uma escada para atingir a coerência da autocrítica sem receio de uma ética coibitiva?