Esta biografia relata os amores, amizades e as oscilações do prestígio de Marcel Duchamp, artista que muitos consideram o mais instigante - e ainda hoje enigmático - do século XX. Seu modo de encarar as coisas o manteve a uma certa distância dos diversos ismos que caracterizaram a arte moderna, embora seja considerado precursor do dadaísmo, surrealismo e da arte conceitual. Na definição do pintor americano Willem de Kooning, ele foi um 'movimento de um homem só'. Iconoclasta dos ready-mades, suas obras máximas até hoje desafiam os intérpretes, que fazem elucubrações sucessivas, em leituras esotéricas e alquímicas, e até mesmo neoplatonistas de seus trabalhos. O livro enumera fatos curiosos de sua trajetória como artista - a recusa da obra 'Nu descendo uma escada' no Salão dos Independentes de 1912, em Paris; sua estadia em Munique, que representou uma verdadeira virada em sua vida; o choque provocado em 1917 pela obra 'Fonte', na mostra da Sociedade dos Artistas Independentes, em Nova York. Entre os Estados Unidos e a França sobreviveu como dublê de professor de francês e de marchand e dialogou com movimentos como o cubismo, o dadaísmo, o surrealismo e o expressionismo abstrato americano.